domingo, 14 de outubro de 2012

Ladeiras cheias de tempo



Cheguei à conclusão que todas as pessoas que moram em Lisboa devem ter pernas fortes deste subir e descer eterno da cidade por suas ruas estreitas e antigas. Este é o mundo das ladeiras e, apesar de termos aqui um céu tão azul e o Tejo com suas aspirações a mar a chamar todo lisboeta a navegar, a cidade se fecha nela mesma com seu delicado labirinto.

Aqui não há a amplidão de outras cidades e tudo parece interno, ensimesmado. Claro que há muitas outras Lisboas para além deste pedaço por onde tenho caminhado, e com certeza estas se distanciam desta realidade labiríntica. Entretanto, cá dentro, no centro mais antigo da cidade, respira-se devagar, caminha-se devagar e o tempo faz curvas para passar pela cidade demorando-se, então, um bocadinho mais.

O moderno nestas ladeiras tem pelo menos cem anos. E, para mim, elas parecem ser donas de todo o tempo deste mundo

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