domingo, 1 de março de 2015

Vitória


Teremos uma menina. Depois de seis meses de mistérios, com todo o charme, ondas e manhas que só as meninas sabem fazer, Vitória deixou-se ser vista. E apesar do fato claro e óbvio de que pouco ou nada importa o sexo do novo bebê para que ele seja mais que bem vindo em nossa família, também é fato que esta novidade agradou demais da conta a todos nós. Agora teremos um par; Nicolas ganhará uma irmã lá para junho.

Com Vitória virão muitas coisas novas em nossas vidas; principalmente para nós, as meninas da família. Com ela virão as bonecas, todos os tipos de bugigangas para se pôr nos cabelos – fivelas, elásticos coloridos, tiaras, florzinhas, e os tons mais delicados nas roupas cheias dos detalhes impensáveis para os meninos. Já nos imaginamos às voltas com os rabos-de-cavalo, as tranças, os coques e as marias-chiquinhas; já sonhamos com as unhas coloridas, as brincadeiras com bonecas e xícaras de chá e, com toda certeza, os vestidos de princesa e as asas de borboleta já se assanham em nossa imaginação.

Mesmo sendo igualmente amados e bem-vindos tanto os meninos quanto as meninas, em verdade apenas com as últimas nós, as meninas crescidas, realizamos plenamente a brincadeira preferida. Com nossas filhas, netas e sobrinhas brincamos de boneca mais uma vez na vida, pois nelas vemos tão clara e vivamente este sonho de infância ganhar vida; e isso é genial. Com nossas meninas se realiza a nossa maior fantasia: nossas bonecas ganham, por fim, vida.

Eu, que já tenho duas bonecas a andar cá por casa, espero ansiosamente pela minha terceira miúda que como as outras será linda, teimosa, criativa, carinhosa e cheia de vontades delicadas e malucas como apenas o sabem ser as meninas. Há alguns anos, no meio de uma conversa com um amigo a respeito da natureza criativa, complexa e cheia de fantasia das mulheres afirmei convicta: “Toda menina nasce fada, e é uma pena que com o tempo algumas se esqueçam disso.” Talvez essa fosse apenas uma boa desculpa para que eu explicasse as minhas maluquices e manias, talvez. Contudo, eu ainda creio nisso hoje e espero pela chegada de mais uma menina para me encantar nesta vida. Vitória seja bem-vinda!


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