domingo, 8 de novembro de 2015

O país dos calhordas


O país dos calhordas

Calhorda, no dicionário, significa: pessoa desprezível ou de baixo nível moral. Aqui no Brasil o vocábulo ganhou novos contornos e anda a ser um sinônimo mui utilizado para nomear os políticos que nos representam. No Brasil político é sinônimo de calhorda. É verdade que não é bem assim, e que boa parte da classe política deste país está cheia de boas intenções, apesar de agir muito pouco em sua maioria. Contudo, não há como negar que estamos metidos numa espécie de show de horrores no que diz respeito aos que nos governam, pois, não precisamos prestar muita atenção para percebermos que temos, espalhados por todos os antros e cargos públicos desta Nação, ladrões de carreira, evangélicos retrógrados de carteirinha, mentirosos contumazes, corruptos crônicos, prevaricadores, chupins com pouca massa cinzenta e os oportunistas anjos-do-pau-oco de costume.

Por estes dias, o Cara-de-Pau bola da vez, o Sr. Eduardo Cunha, deu uma entrevista para padre ver, (no caso dele pastor evangélico), a demonstrar com sua conversinha para boi dormir que ele nunca fez nadica de nada errado na vida. E, à la Maluf, explicou que nunca mentiu sobre não ter o dinheiro no exterior que ele deveras tem. Todo santo-empresário-do-bem, Cunha explicou que tanto dinheiro foi ganho com a venda de carne e outros alimentos ao Congo, apesar de não haver como prová-lo já que isso ocorreu no século passado e a tal empresa não existe mais. E que é natural que ele não possa explicar parte do dinheiro “em seu nome”, pois, e de fato, ele não sabe direito de onde veem os US$ 1,3 milhões em depósitos feitos em suas contas, que não são suas; porque ele, Cunha, não as administra e é, apenas, aquele que pode usufruir do dinheiro todo.

A primeira pergunta que me vem à cabeça, depois de ouvir a entrevista, é por que será que na minha conta, aqui no Brasil mesmo, nunca nenhum dinheiro jamais foi depositado por milagre sem que eu soubesse de onde vinha? E sinto-me tão pobre que acho que o certo, atualmente, é criarmos algumas novas classes para descrever os tipos de gentes aqui no Brasil, porque isso de classe A B C e D não dá mais conta da disparidade de dinheiro que existe entre quem trabalha e produz algo e aqueles que governam este país. Acho que devemos deixar a timidez de lado e irmos, sem qualquer pudor, até o Z, não?

A segunda pergunta que me vem à cabeça, na atual conjuntura, é: ainda é feio e pecado darmos uns bons tapas na cara dos políticos em meu país ou isso já começa a ser visto como um ato honrado? Pergunto porque o limite de indignação anda a níveis estratosféricos e a paciência, pelo menos a minha e a de muita gente que eu conheço, já acabou faz um par de anos; pelo menos.


Chistes à parte, a verdade é que andamos a afundar o país na merda mais uma vez, infelizmente, e que isso é algo muito ruim para todos nós. Pois nós, os brasileiros de pouco dinheiro, vivemos num país violento, injusto e sem infra-estrutura que reserva aos seus cidadãos com pouca grana uma vida, no mínimo, difícil. Claro é que o senhor Cunha não é o único, ele é apenas um de um bando cruel que nos assalta há anos. Porém, o mais importante é lembrarmos que somos nós os que damos a eles o poder e os cargos dos quais agora tiram todo o proveito possível. Então, mesmo que demore um pouco, e se começarmos a prestar mais e mais atenção em tudo que se passa por aqui, nas urnas poderemos retirar toda essa gente podre que grassa e desgraça no Planalto Central e adjacências.


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