domingo, 3 de abril de 2016

Amanhã


Amanhã

Queria não ser tão teimosa e crente
cega e demente mesmo com os olhos arregalados
a ver o que se passa logo à frente.
A verdade diante de meus olhos,
debaixo do meu nariz,
eu com a cara lavada de fatos nela esfregados.
E nada.
Nada diminui o tamanho oceânico desta crença
que criou raiz.
Raízes fortes e longas que eu abraço e que se agarram à minha
alma a fazer,
sem qualquer dúvida ou medo,
as mãos e os dedos, a  boca e a língua florescerem.
O Mundo iludido e florido sorri.
Eu sorrio porque
brotaram flores tão lindas neste caminho torto que construímos
que delas eu cuido
pelas manhãs  de todos os dias e assim que aponta a Lua
do lado direito do meu mar.
Crente e cega vidente, eu espero sem contar as voltas dos relógios o dia
no qual o amanhã  chegará.

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