sábado, 9 de abril de 2016

Nove


Nove

Tantos anos de um repente e já não cabes mais em mim,
eu diminui para ti que te agigantas a cada dia,
todo santo dia.
Nove são os anos passados desde o momento em que olhei os teus olhos ainda fechados,
cabelos muito negros,
o rosto avermelhado; eu sorria.
Nascia o primeiro afilhado há nove anos e eu não cabia em mim ao ver,
pela primeira vez, o menino com o qual eu conversava enquanto ele ainda morava
na barriga da mamãe.
Eu falava, ele ouvia; e desde sempre sou a madrinha que há nove anos deixou de ser
simplesmente gente para ganhar asas
e virar ser com poderes sobrenaturais; madrinhais.
Meu menino,
 meu riso,
meu carinho,
meus braços não te levantam mais do chão e meu colo é pequeno demais para abrigar-te.
Teus pés já são maiores que os meus e, sem mim, tu já podes caminhar tão longe
com toda a tua inteligência a surpreender-me com
tamanha sabedoria.
Eita menino amoroso, esperto, carinhoso
e genioso,
te amo tanto e cada vez mais porque desde o primeiro dia,
há nove anos atrás,
à medida que tu cresces e eu te conheço, te reconheço,
cresce nove vezes mais o infinito amor que por ti eu tenho
e que não terminará jamais.

Ao meu Pedro.

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