terça-feira, 19 de abril de 2016

No fundo do Poço




Chegamos ao fim, ao fundo do poço e, num final à la Monty Python, já me vejo a cair no fim de uma Terra plana fluindo numa cachoeira rumo ao espaço sideral. O Brasil está mergulhado em uma crise, e quem nos dera esta fosse apenas uma crise econômica. Não o é. Ela é uma crise social e institucional; uma profunda crise ética. Estou perdida num país que desconheço, pois, sinto que o mundo está ao contrário e que ninguém havia reparado nisso.  Afinal, quando foi que ele deu esta cambalhota e se pôs de ponta cabeça; pés para o céu e todo o sangue correndo para a nossa cabeça? Quando deixamos de pensar, de enxergar?

Não temos mais para onde correr e, encurralados entre medíocres aproveitadores de um lado e megalomaníacos gananciosos de outro, a vontade que nos dá é mesmo a de pegar o primeiro avião para bem longe. Para muito, muito, muito longe mesmo e sem destino definido porque quase qualquer lugar no mundo começa a parecer melhor do que esse aqui. Porque a impressão que tenho é a de que não há nada a salvar num país que definha nas mãos de uma esquerda corrupta e hipócrita e de uma direita arcaica, também corrupta, e imbecil.

Ó vergonha! Como ignorar os mais de 21 bilhões de Reais roubados pelo PT e todos os outros “Ps”, partidos aliados (seus comparsas) ou não, num país onde faltam escolas, não há segurança nas ruas, tantos morrem por falta de atendimento hospitalar e onde, ainda hoje, muitos passam fome? E como, ao mesmo tempo, ignorar que há tantos outros desvios do dinheiro público que grassam em todos os estados e municípios dessa nação cometidos por todos os diversos partidos políticos apenas em benefício próprio? Não há quem defender, não há em quem confiar. Não há a quem recorrer. Não há luz, nem sequer de toco de vela, no fim desse túnel o qual, todos juntos, cavamos. Afinal, quem deu tanto poder a tanta gente abjeta se não nós?

Ó vergonha! Quanta gente medíocre e retrógrada, gente de alma tão pequena e de capacidade mental discutível a nos representar. Um congresso delas! Como não se assombrar com o desfile de absurdos ditos ao microfone por parlamentares que deveriam nos representar num momento tão solene e delicado, tão importante para todos nós? De fascistas e fanáticos religiosos a uma esquerda anacrônica e hipócrita, vimos e ouvimos discursos assustadores e tivemos a certeza de que estamos, definitivamente, perdidos. E, de um repente, é possível compreender como conseguimos ter o Senhor Eduardo Cunha como líder deste triste plantel.


Sinto-me perdida e triste. Profundamente triste porque percebo o quão distante estamos de algo a que se possa chamar verdadeiramente de Nação. Somos mesmo isso que vemos: um amontoado de gente que nasceu para tirar vantagem uns dos outros e ponto final? Ó meu Deus, pare este meu Mundo porque eu quero descer! 


Nenhum comentário:

Postar um comentário