quinta-feira, 5 de maio de 2016

Passarinha





Passarinha


Hoje és nuvem, todo passarinho que cruza meu caminho,
és as flores, tudo o que há de doce nesta vida
e o cheiro das manhãs de domingo.
Um ser tão completo neste meu vazio de coração partido
onde falta um pedaço, pois faltam os teus passos.
Não estás mais aqui, e não estará porque o tempo passou
e levou consigo todos os minutos que a nós pertenciam.
Estou sozinha.
Então, e assim, agora estás em todos os lugares sorridente e
flutuas, bolha de sabão, colorida na minha mente todo santa dia.
Santa minha, particular e única; mais e mais perfeita à medida que o tempo passa
e afasta de mim todas as rugas, as rusgas,
as marcas fundas que deixamos a ferro da teimosia em nossa rotina.
Em intermináveis conversas por telepatia te conto todos os meus segredos
que não conhecias; meus medos.
Não sabias, mãe, mas sou mais menina do que pareço, do que mereço
e, apesar de todo o tempo, mesmo agora que não sou mais a filha,
sinto-me perdida pelas ruas traçadas com meus pés decididos.
Sinto saudades de ti, dona da minha vida antes de eu ser quem sou;
e queria ter asas para te ver mais uma vez,
minha passarinha.

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