Reticências
Tudo tem começo
meio
e fim. E o fim, às vezes, chega tão cedo
que mal percebemos que houve qualquer meio,
nesse entremeio,
de milhares de segundos compridos que construímos juntos.
Soneto doce de uma vida, 
lindo e breve como as rimas do poetinha,
feito para ser cantado numa tarde preguiçosa de verão. 
Poema leve.
Sem tramas trançadas com destreza
ou cenas pungentes que valessem a pena, 
coisas lá de gente,
fomos reticentes.
E ficamos pelo meio do caminho em busca da palavra perfeita
que não veio à língua e, por falta de jeito,
nunca foi dita. Somos hoje, e para sempre,
poetas mudos. 

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