segunda-feira, 21 de agosto de 2017

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Cansei-me das políticas e de todas as guerras
sejam quais forem elas.
As guerras de nada me servem; não me serviram pela vida inteira
por mais que eu tivera a cega crença dos enamorados nelas.
Guerras vencidas ou perdidas,
grandes batalhas poéticas ou as pequenas picuinhas que habitam
as calçadas, portas e janelas
das ruas de  toda vila,
pouca diferença me faziam e fizeram as dimensões de todas elas.
Minhas guerras foram peleadas de corpo inteiro,
com o coração exposto e as defesas de joelhos.
Assim tudo era para mim;
assim eu era.
Não mais; minhas armas de bom grado, vencida pelo cansaço,
depus.
Das políticas, que sempre soube pouco, hoje nada sei. Desprovida de disfarces
e suas artes,
quase ingênua na  sua incapacidade de não mostrar o que passa por ela.
Sempre se entregou de mãos atadas a minha mente tagarela,
a derramar sem freios suas ideias,
seus segredos escancarados, pornográficos.
Sou rei deposto que desistiu de suas políticas,
soldado desarmado
e abatido
que se esqueceu dos porquês vale a pena lutar.

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