sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

A rainha




A rainha


Nem morto

nem deposto, segue

vivo o meu rei feito de sons e ilusão.

Sendo assim, então,

apenas será por toda a eternidade,

numa equação contrária à minha curiosidade,

muito raro e difícil consegui-lo ver .

Meu rei,

resta-me crer. Crer que a fantasia é a mais pura

e concreta verdade que em mim habita.

Creio, em silêncio, e ainda feito o poeta,

que tudo valerá a pena desde que não sejam a alma

minha e a alheia pequenas.

É tão alto, meu carvalho, e minha alma nunca foi pequena; não.

Ela é sim um tanto tola;

e louca, veste-se de rainha, como se todo dia

fosse terça de carnaval,

para fingir que pode ver ao seu rei;

você.

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