quinta-feira, 28 de julho de 2011

Amor...

Poema sem razão
o consolo solitário das letras
das palavras
de um poema
não serve quase para nada
não quebra barreiras
não aproxima metades
não soluciona qualquer problema
são apenas letras
palavras
frases
falam de tudo que nos encanta
falam de tudo que nos amedronta
falam de tudo que nós sentimos e vemos
mas, elas não são estas coisas
são frases apenas
palavras
letras
1
Merda de músculo ridículo
é este tal de coração.
Apertado pela alma
Que insiste que existe,
Melhor afogá-lo,
Ignorá-lo.
Agora, apenas da Mente,
Demente, ouço o lado esquerdo.
À merda com os sentimentos!
2
Não há droga mais perigosa
A turvar os pensamentos.
Ilusão tão doce, pior que praga,
Que levar socos na cara.
Deito minhas armas frente a tua beleza
Certeza? Nunca a tenho.
Crava-me os dentes,
Rouba-me a calma,
Suga meu sangue,
Afoga-me meu Eros moderno.
3
Mágoa,
Pequena lagarta odalisca
que encanta
enquanto rói, e destrói
e mata-me.
Vem lenta, onda branda
que devora
meus castelos de areia.
Amo-te e tu me matas em silêncio.
4
Quero tudo, mas dá-me o silêncio.
O silêncio que ignora,
silêncio que apavora,
desolação d’alma.
Filme em branco e preto,
meu vagabundo coração
perdeu-se há muito tempo.
Só me resta esperar,
sentada numa esquina
suja, para em silêncio ver
você escrever o fim.
5
Realmente atrapalha-me a alma,
esgoela-me, pra que serve ela?
Queria ser uma rã, um rato,
quem sabe até um parasita qualquer?
Bastava-me uma vida curta,
sem os sentimentos dessa alma rota
que acha que encontrou o amor.


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