domingo, 6 de dezembro de 2015

Dezembro



Dezembro

Eu planejei passar o Natal e a chegada do novo ano com meus pais; com minha mãe. Deus tinha outros planos e minha mãe não está mais aqui. Fim dos meus planos para um Dezembro ideal sem delongas e ponto final. Pois, como sempre ocorre com o que segue sem o nosso desejo, tais planos celestiais não estavam abertos à discussão e Deus, e nem ninguém mais, queria saber qual era a minha opinião, ou qual a opinião de todos que amavam a minha Mi.

Minha mãe partiu para o tal Além-mar divino tranquilamente. Apesar de não ter gostado muito da tal decisão divina; eu devo admitir que não há nada melhor, hoje para mim, do que a certeza de que para a minha mãe não existe mais qualquer sofrer. Seu sofrimento me desesperava e, se agora ela está bem, não me importa que ela esteja tão longe daqui. Tudo está melhor para mim também.

Todo final de ano eu faço planos. Todos nós fazemos planos para o ano que se iniciará, e isso é fundamental porque ter objetivos é o que nos move nesta vida. Sempre devemos querer mais e devemos criar, da maneira que mais nos agrada, o tal caminho a seguir. Eu, cá comigo, já estou a fazer planos para os próximos dois ou três anos. O Mundo é grande demais para estarmos acomodados e, apesar de termos muito tempo, não teremos jamais todo o tempo que gostaríamos de ter para tudo.

Pois, viver é aproveitar o momento e ter planos futuros. Entretanto, não podemos nos esquecer de que não somos os únicos autores desta estória e de que ela não será exatamente como nós gostaríamos que ela fosse por muitas e muitas vezes. Levamos a vida, mas ela também nos leva e temos que aprender a aceitar o não planejado como o certo. Como aquilo que tinha que ser.

Eu sei que, às vezes, demora muito para aceitarmos aquilo que não queremos. Afinal, seria tão bom se a vida fosse exatamente como nós a imaginamos. Seria fenomenal! Contudo, como personagens, nós desconhecemos aonde a tal trama vai nos levar e, por isso, demora um bom pedaço de tempo para compreendermos os porquês desta vida que Deus nos deu. Então, o negócio é aproveitar o tal enredo da melhor maneira possível e guardar um punhado do tempo que nos é dado para os pequenos momentos poéticos que valem por uma vida inteira. Momentos lindos, eternos e inesquecíveis que guardamos, feito objetos de estimação, para sempre.

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