terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Nado



Nado com o ventre colado ao fundo do mar

e os olhos postos no chão,

fechados.

Um oceano e todos os seus mares de água

a pesar sobre meus ombros, e o nariz sente,

enojado, o lodo dos fundos escuros a tocar-lhe;

sufoco.

O cheiro de tudo que morre; que morreu há tempos está aqui

e me acompanha. Envolve-me e penetra pela pele, pela carne

e pelos ossos; e viva estou

úmida e

morta.

Do sol e de sua luz restam-me apenas parvas lembranças,

lembranças dos dias iluminados e coloridos vividos antes do mergulho...

Antes de eu perde-me em mim mesma, de mim mesma,

e nadar, inebriada, em direção ao fundo

pacífico, silencioso e final.

Nenhum comentário:

Postar um comentário