sábado, 16 de julho de 2016

A Revolução





A Revolução


Bombástico mundo canibal renova-se

a devorar a si mesmo e aos seus, glutonamente.

O sangue no chão tornou-se vício; primeiro e último objetivo

que em si mesmo se encerra

e que nos comunica: já não sabemos mais usar palavras.

Às armas irmãos!

Às armas cidadãos! Gritaram de Marselha o brado que ainda ecoa.

A Revolução é francesa,

burguesa,

americana,

russa

e do autoproclamado Estado do Islã.

As armas são a solução, clamaram e clamam os que buscam a paz pela guerra

numa incongruência estupida; porém rentável.

O dinheiro move o mundo. O dinheiro move aos homens que mandam no mundo

onde morremos e matamos indiscriminadamente.

A democracia a se consolidar na terra onde todos somos alvos e algozes;

terra de homens-lobo, anônimos, que nos devoram, e devoram-se a si mesmos.

                                                                                       Homens perdidos.

Mundo covarde onde, ao revés do que deveria ser se alguma justiça quisera ser feita,

devoramos aos mais frágeis, àqueles que não conseguem sequer correr.

Aux armes, citoyens,    
Formez vos bataillons, 
Marchons, marchons! 
Qu'un sang impur          
Abreuve nos sillons!

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