segunda-feira, 4 de julho de 2016

Bombástico Mundo



Bombástico Mundo


Num mundo profundamente materialista, onde a boçalidade deixou de ser defeito e figura como qualidade esperada, um pré-requisito para todos aqueles que pertencem ao século 21, parece que explodir-se, e explodir a tudo que nos cerca, deixou de ser algo anormal. Afinal, entre a terça-feira da semana passada e este domingo foram três os atentados à bomba e mais de 170 mortos, e a mim me parece que há, definitivamente, uma nova agenda prolífera de explosões a ser seguida.

Ficam, então, a retorcerem-se as minhas ideias e caraminholas a questionarem até onde chegaremos antes que isso de bombas a minar a crença na humanidade cesse. Até onde teremos que ir para que compreendamos, todos nós, que chegamos ao fim? Ou não haverá o dito final e nós devemos, passiva e nada pacificamente, aceitar que esta é a nova ordem mundial. Daqui para frente será assim: vivemos num mundo explosivo, e teremos que admitir novos usos menos metafóricos da palavra bombástica.

Pois... Fica também a dúvida de qual o peso real do tal materialismo inútil e desenfreado na multiplicação de explosões covardes e injustas que pululam ao redor do mundo e que podem acontecer em qualquer tempo e lugar; que podem vir a ocorrer aqui. Resta também compreender mais claramente que não há mais um inimigo número 1 a perseguir, posto que os líderes, em relação direta às injustiças cometidas ao redor do mundo, multiplicam-se e pulverizam a noção, que hoje nos confortaria, de que o mal tem uma face em especial. Ele não tem.


Sem inimigos ou heróis definidos seguimos a nos blindar com desconfianças e muros altíssimos contra tudo e todos em busca de uma tranquilidade e segurança utópicas em tempos nos quais não há necessidade alguma de irmos à guerra para corrermos risco de morte. Nesses tempos modernos e velozes é a guerra que vem, silenciosa e inesperadamente, ao encontro de todos nós.

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