domingo, 1 de janeiro de 2017

Blá, blá, blá...


Blá, blá, blá...

No início de 2016 prometi a mim mesma que voltaria a escrever mais porque sentia muita falta das letras e das palavras. Minha terapia particular, algo fundamental para o meu bem estar mental. Decisão de início de ano, coisa certa e que dependia apenas de mim. Fácil meta para cumprir, não? Bem, escrevi menos; muito menos do que nos anos anteriores. Vergonhosamente relaxei e me distraí com coisas tolas. Este ano que acabou de terminar, além de muito difícil para muita gente, foi um ano no qual fugi, covardemente, de mim mesma.

Escrever é algo muito mais emocional do que racional para mim, algo que creio ser verdadeiro para muita gente que escreve. Os dedos movem-se no ritmo do coração e sem muita razão de ser a não ser pela força motriz que nos move: tudo o que sentimos profundamente. Organizam-se, quase com vontade própria, as palavras. Depois vem a reflexão sobre tudo o que foi dito, a revisão em busca dos erros cometidos na certeza de que alguns resistirão no texto, e a procura pelas palavras que ficaram mal acomodadas; fora de lugar.

Pois, apesar de não terem faltado os sentimentos, o fato é que procurei evitá-los muito mais do que encará-los numa espécie de férias sentimentais que resolvi me conceder. Uma espécie de sono profundo induzido para anular sentimentos que me afetaram mais do que eu percebi; mais do que eu gostaria que tivessem. Perdi pessoas que eu amo profundamente para sempre por motivos distintos, e isso é um tanto complexo para compreender e aceitar irrestritamente. É difícil demais abrir mão de quem eu amo para mim. Algo que eu percebo eu não aprendi a fazer e que, sinceramente, não sei bem se realmente quero aprender.

 Chegou 2017 e, isso de deixar os dedos um tanto mudos tinha que findar; já que tudo tem um começo e um fim. Menos as saudades, estas não findarão jamais. Então, sem razão de ser e sem muito sentido, cá estão as primeiras palavras do ano. Apressadas e um tanto frouxas no que tange ao que elas querem (e ou devem) dizer; concordo. Mas, mesmo assim, elas estão aqui para ficar. Oxalá!


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