O sonho
Sigo pelo meio, parada e sem jeito; sem vontades nem medos,
à espera do fim e do começo.
Imóvel ser feito de resinas plásticas sem cheiro e cor
indefinida;
observo e Sonho.
Visagem, te vejo em sonho ou pesadelo. Atravessado,
você veio no meio de um sonho alheio; sorrateiro. 
Eu sonhava com outro que é menos letal 
e que não causa danos colaterais indesejáveis e perenes. 
Um outro que me aparece sempre que fraquejo,
anjo da guarda sem asas que surge 
quando sinto ganas kamikazes de correr em tua direção.
Ele vem e veio sem motivo ou razão como viera você,
acidental.
E sem porquês, lá estava você, mais uma e outra vez, 
no meio desta rua úmida 
de uma solitária noite silenciosa; meu caminho.
Noite fria e muda como você, 
meu pálido par perfeito 
perdido.
Fria eu silencio.

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