domingo, 4 de março de 2018

Do tempo



Do tempo

Com o tempo aprendemos.

Eu aprendi a dizer quase tudo que penso,

restando-me somente uma porção ínfima de bom-senso

a evitar o desastre

e o incômodo que tornou-se para mim

o perder meu tempo a discutir com toda a gente.

Aprendi a esconder como poucos, e como todos,

o sentir fora de hora e o pensar sem senso.

Mas penso.

Penso sempre nas palavras que chegaram ao limite da boca diante de ti

e sinto-me tola.

Tola por não ter dito nada por medo,

e ainda mais aparvalhada por ter dado vida

às tais palavras encantadas.

Como nunca, e sempre,

a sentir todo o sentimento sem juízo

e que existe apenas nos contos fantásticos; nos filmes lamechas e

baratos.

Sigo sem cura, a ignorar o tempo em que tudo passa, para mim,

lento.

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