terça-feira, 29 de setembro de 2015

O Meu Presente




O Meu Presente

De presente queria um abraço de cinco minutos,
dez talvez.
Podia também ganhar um sonho de noite inteira,
daqueles que nos parecem ter acontecido de verdade
mesmo depois de abrir os olhos de
manhã.
Queria o som da voz mais conhecida a chamar meu nome
de todos os jeitos que ela sabia fazer:
nome de batismo,
nome completo para os momentos de bronca,
nome de filha,
apelido.
De presente, feito super-homem,
queria poder vencer o tempo e voltar para trás uns cem dias,
duzentos talvez,
para ter mais tempo para os beijos que foram guardados
para os anos que ainda havíamos de ter.
Queria de presente mais um abraço de dez minutos,
vinte talvez.
Desses que parecem não ter fim
para eu fazer de conta que ainda sou menina
e fingir,
fingir que posso entre os seus braços,
feito passarinho,
viver.


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